Me expressaria em frases sem fim
Procuraria em outras línguas
Remoldaria o tempo do se
Dispensando essa vida à míngua
Em rimas eu tropeço e por fim
Acabo encontrando o que há
A glória é abstrata, mas, sim
É o que se tem pra desengasgar
Desse nó que vive em mim
Habita em minhas ínguas
Se sustentando à base de anseios
De vidas tão longínquas
Queria declamar um poema
Que fluísse como quem não quer gritar
Queria ter a chance de amar
Sem me desesperar
Queria te falar sem ter planos
Sem precisar ser entendido
Eu quero te falar eu te amo
Mas tive que dizer tudo isso