Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, ó meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho
E fico rico, quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor
Em cada luz de mercúrio
Vejo a luz do teu olhar
Passo as praças, viadutos
Nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar
No Corcovado
Quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana, o mar sou eu
Como é perversa
A juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel
O que é paixão
E as paralelas dos pneus não'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar
Abro a vidraça e grito
Grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu