Brotou no ventre
Nem de amor, nem de prazer
Caiu no mundo
Nunca perguntou por quê?
E nas ruas da cidade suja
Foi teimoso pra viver
Bicho frágil dentro da floresta
Flor no asfalto mal me quer
Caminhou feito um escaravelho
Se plantou na multidão
E, por sorte, mesmo na ferida
Nem malandro, nem mané
Tornou-se gente
Deu amor e deu prazer
Floriu em tudo
Que permite o verbo ser
E nas noites nuas de esperança
Reluziu igual neon
Fez teatro, poesia, samba
E dançou com esplendor
Ensinou quem, no fundo, sabia
Que saber sempre cai bem
E caiu no sono eterno pleno
De que tudo valeu, e tudo valeu
E você, como vai você?
E você?
Por aqui, eu fiz outra canção
E você?
O que tem feito aí?