O meu gerente assina o papel
Querubim
Um caranguejo no pé da maré
Ai de mim!
Como será atracar em um lugar sem volta?
Nunca mais, nunca mais me lanço em consignação
O açougueiro lambuza o avental
Querubim
Uma barata na sola do pé
Ai de mim!
Como será o momento de dançar
Sem botas pra bater no canto frio da escuridão?
A derradeira não vem de patins
Na foice, o meu reflexo
Não tenho netos, bisnetos e afins
A nata escorre em versos
De um corvo serafim
O meu gerente assina o papel
Querubim!
Uma barata na sola do pé
Ai de mim!