Quando a saudade do pago
Me encontrou pela distância
Montando em lombo de potros
Da tropilha de uma estância
Em seguida de enfrenar
Larguei, no más, pra peonada
Tropilha doce de boca
Confiança pras campereadas
Pedi as contas na estância
Onde eu era capataz
Pra o meu lugar no serviço
Que tragam outro no más
Um índio de confiança
Campeiraço e destorcido
Que o patrão velho é buenacho
Paga o soldo mantenido
Deixo a força do meu braço
Nas cordas do alambrado
No cabo do socador
E no moirão enterrado
Num serviçito a quem chega
Na porteira da invernada
De uma peleia de touros
Ficou a trama quebrada
Deixo uma roça plantada
Milho verde já granando
Que a safra do outro ano
No paiol tá se acabando
A criação no terreiro
Renovando a cada dia
E uma porca no chiqueiro
Chegadinha pra dar cria
Estou de volta ao meu pago
Pra minha querência amada
E uma tropilha de sonhos
Vou levando pela estrada
Ponta de gado por diante
Que juntei como peão
E um misto de sentimentos
Me apertando o coração
Ponta de gado por diante
Que juntei como peão
E um misto de sentimentos
Me apertando o coração
Amansei uma brasina
Em seguida que pariu
Pra que nunca falte leite
Pra criar o guaxeirio
A terneirada já sabe
Vem pra cerca ao fim da tarde
Pra beber numa garrafa
Berrando e fazendo alarde
Num palanque da memória
O que fiz, não vou perder
Vou atar como lembrança
Pra nunca mais esquecer
Vou matar uma saudade
Que trago desde guri
Vou empeçar tudo de novo
Na querência onde nasci
Estou de volta ao meu pago
Pra minha querência amada
E uma tropilha de sonhos
Vou levando pela estrada
Ponta de gado por diante
Que juntei como peão
E um misto de sentimentos
Me apertando o coração
Ponta de gado por diante
Que juntei como peão
E um misto de sentimentos
Me apertando o coração