Eu ando na estrada cansando o cavalo
Botando sentido nas coisas que vejo
De cima do arreio, campeio meu rumo
E, aos poucos, me aprumo por sobre os pelegos
Um trago de canha, um mate cevado
E um sonho a lo largo no sul do país
Buscando um sorriso além da saudade
Aprendendo as verdades da vida que eu quis
Eu sinto que a estrada me ensina aos pouquinhos
E sigo sozinho, sem medo de ir
Vencendo distâncias, cruzando fronteiras
Encontro nas ânsias razões pra seguir
Eu trago a esperança estampada na cara
E guardo as lembranças das coisas que fiz
Com raça e coragem, eu topo a parada
E aguento o repuxo firmando a raiz
Ah! Tristeza gaúcha que trago no peito
Trançando essa história com fibra e com jeito
De quem sabe bem levantar quando cai
Ah! A estrada é comprida e andar vale a pena
Pois, quem busca sonhos de alma serena
Tocando pra frente, sabe aonde vai
Assim, me sustento e tapeio o chapéu
Andando a lo leu nas voltas do pago
Descubro a querência nos fundos de campo
E canto o Rio Grande nos versos que faço
Ternura e silêncio nas horas tranquilas
Destreza no braço pra quando é preciso
A vida me leva conforme o seu tranco
E, assim, me conduz mansamente em seus trilhos
Ah! Tristeza gaúcha que trago no peito
Trançando essa história com fibra e com jeito
De quem sabe bem levantar quando cai
Ah! A estrada é comprida e andar vale a pena
Pois, quem busca sonhos de alma serena
Tocando pra frente, sabe aonde vai
Sabe aonde vai, sabe aonde vai
Sabe aonde vai, sabe aonde vai
Sabe aonde vai, sabe aonde vai