Walther Morais Walther Morais - De Cima do Arreio

Eu ando na estrada cansando o cavalo
Botando sentido nas coisas que vejo
De cima do arreio, campeio meu rumo
E, aos poucos, me aprumo por sobre os pelegos

Um trago de canha, um mate cevado
E um sonho a lo largo no sul do país
Buscando um sorriso além da saudade
Aprendendo as verdades da vida que eu quis

Eu sinto que a estrada me ensina aos pouquinhos
E sigo sozinho, sem medo de ir
Vencendo distâncias, cruzando fronteiras
Encontro nas ânsias razões pra seguir

Eu trago a esperança estampada na cara
E guardo as lembranças das coisas que fiz
Com raça e coragem, eu topo a parada
E aguento o repuxo firmando a raiz

Ah! Tristeza gaúcha que trago no peito
Trançando essa história com fibra e com jeito
De quem sabe bem levantar quando cai
Ah! A estrada é comprida e andar vale a pena
Pois, quem busca sonhos de alma serena
Tocando pra frente, sabe aonde vai

Assim, me sustento e tapeio o chapéu
Andando a lo leu nas voltas do pago
Descubro a querência nos fundos de campo
E canto o Rio Grande nos versos que faço

Ternura e silêncio nas horas tranquilas
Destreza no braço pra quando é preciso
A vida me leva conforme o seu tranco
E, assim, me conduz mansamente em seus trilhos

Ah! Tristeza gaúcha que trago no peito
Trançando essa história com fibra e com jeito
De quem sabe bem levantar quando cai
Ah! A estrada é comprida e andar vale a pena
Pois, quem busca sonhos de alma serena
Tocando pra frente, sabe aonde vai
Sabe aonde vai, sabe aonde vai
Sabe aonde vai, sabe aonde vai
Sabe aonde vai, sabe aonde vai