Walter Moraes Walter Moraes - Leao do Cajurú

Estou campeando no rastro da toca, ninho ou barragem
Pra ver se ainda no trecho o bicho feio de lages
Estou pousando no trilho pelas coxilhas e atalhos
Eu sou serrano e tropeiro lá nos barreiro eu trabalho
Me valha São Sebastião vê-se abençoa esse peão
Que eu tô virado num cão campeando um tal de leão baio

Sou eu ou tu leão baio do Cajurú
Quem ganha é rei eu sei que esta é a lei
Mas um de nós vai ser bóia de urubu

Por entre as taipas de pedra do chão de Correia Pinto
No bodegão da coxilha vou tomar um vinho tinto
Eu já bailei no morrinhos quando cortaram oreia
No passo se Santa Vitória melei muito mel de abeia
Eu vou corta as tuas garras, tu vai te dar mal na farra
Ninguém vai levar na marra o meu rebanho de oveia

Eu faço charque com quirera, faço pinhão e poroto
Pra alimentar meus negrinho não roubo nada dos outros
Tua rebanha, tua leoa que foi vista na vigia
Da coxilha ao paiquerê, tu pode entrar numa fria
Vai ser um duelo de nobre, respeite a bóia dos pobres
Tome consciência e não roube de um peão pai de família

Tu convida a dona leia que com os gatinhos se empaca
Te some no chão serrano esqueça ovelhas e vacas
Tem cruzo no vacas gorda no cavera e não sei não
Na fazenda ferradura Tio Benja perdeu um capão
Te cuida com esse ginete não faz matança no brete
Se não tu vira tapete numa cama de galpão