Walter Moraes Walter Moraes - Baio Ruano

Fui domar uma potrada lá na Estância dos Três Tento
Lidando com aporreados, tirei um lote de tempo
Aos golpes com um baio ruano, eu quase que me arrebento
Veiaqueava se arrodeando, parecia um cata-vento

Era um baio caborteiro que ninguém parava em cima
De massaroca na cola, pisando na própria crina
Quando atado no palanque, bufa, dá coice, se empina
E lidar com aporreados, Deus velho me deu de sina

Sou campeiro do Rio Grande
Coragem tenho de sobra
E se eu ando de a cavalo
Não é por medo das cobra'

Te prepara, baio ruano, porque chegou tua hora
Encilhe com corda forte e rezei pra Nossa Senhora
As ferramentas da lida é uma guaxa e um par de espora'
E com as mortalhas que eu uso, matungo não vai se embora

Botei o pé no estribo, alcei a perna pra montar
Gritou a dona da estância, tu não vai se lastimar
Depois de eu sentar no basto, nem que o mundo se arrebente
Eu não apeio do lombo nem me atirando água quente

Corcoveou a tarde inteira e não pôde me derrubar
É mais um que eu deixei manso pra qualquer chinoca andar
Corcoveou a tarde inteira e não pôde me derrubar
É mais um que eu deixei manso pra qualquer chinoca andar

Te prepara, baio ruano, porque chegou tua hora
Encilhe com corda forte e rezei pra Nossa Senhora
As ferramentas da lida é uma guaxa e um par de espora'
E com as mortalhas que eu uso, matungo não vai se embora

Botei o pé no estribo, alcei a perna pra montar
Gritou a dona da estância, tu não vai se lastimar
Depois de eu sentar no basto, nem que o mundo se arrebente
Eu não apeio do lombo nem me atirando água quente

Corcoveou a tarde inteira e não pôde me derrubar
É mais um que eu deixei manso pra qualquer chinoca andar
Corcoveou a tarde inteira e não pôde me derrubar
É mais um que eu deixei manso pra qualquer chinoca andar