Waldomiro e Waldemar Waldomiro e Waldemar - Berranteiro Saudoso

Na fazenda Bela Vista
Vinha eu e os boiadeiro
Balanceando uma boiada
No Triângulo Mineiro

Na frente dos bois mestiço
Vinha o Tião Berranteiro
Para repicar um berrante
No sertão foi o primeiro

Nóis vinha cortando légua
Com um temporár danado
Entremo na estrada funda
Com barranco dos dois lado

No ribombo dos trovão
Caiu um raio do lado
E deu num jequitibá
Que tombô em riba do gado

O gado estorô pra frente
E o Tião se viu perdido
Arrancô do seu revórve
E ouvimo dois estampido

Mas seu cavalo rodô
Pela lama foi traído
O seu derradeiro grito
Inda guardo no sentido

Não pudemo fazer nada
Pra sarvá o companheiro
Nos casco dos bois mestiço
Deu o suspiro derradêro

Antes de juntá a boiada
Interremo em chão mineiro
O corpo despedaçado
Do cavalo e o cavaleiro

Nós rezando enfinquemo
Uma cruz de angiqueiro
Silenciô o grande berrante
Do melhor dos berranteiro

Inda lá no meu garpão
Quando chega os boiadeiro
Vê num berrante gravado
O nome Tião Berranteiro