Uuuaidan - Rio da Dor

Eu notei uma pingueira a mais no meu telhado
Balde com água dá um desbarão por dentro
Tenho minha cama pra descansar pela noite
E o lar pra proteger na chuva e no vento

Madruga tamo atento, lá fora qualquer barulho é suspeito
Desconfiômetro agúça mesmo
Me interno, junto com meu caderno pro enterro
Inferno, até no inverno o frio tá o meu ferro
Sem erro, mó berro o cuspi da desert eagle
Visão de águia, a mercê de todo enfermo

Que desde cedo, disperso pra caralho mas eu tô ligeiro
Muitos com a panela vazia, vários
Com a lata no isqueiro

Desova informações cara no aterro
Aterrorizante no apelo
Meu Deus que sabe quantos fio eu tenho no cabelo
Tá luz do giroflex pela esquina
Dá uns dois, fica no gelo

Diversos lares a fora, tu não entende o quanto
Sofrimento rola solto
Ares da quarentena, contaminação
Na atmosfera, o sistema da o troco
Em vírus, antenando a sua mente na tela da globo

É aquilo, arrecadaram uma verba pra investir na vacina
Depois da doença criada
Papo de kilo, de tonelada
Coca no jato, puta deputada

Mencionaram meu nome na delegacia
Só papelada
Panfleto com nosso rosto pregado no poste e no bar
Mídia social, recompensa milionária
Diversa identidade falsa, quero ver achar

Tava tipo cigano com meu pessoal
Atravessando vários bairro pela moradia
Certeza total que tudo melhora um dia
Deus já abençoou, saúde e paz pra minha família

Inspecionaram minha fome aqui na periferia
Pecaminosa ação
Feito da direção que dirige a corrupção, ideologia
Fogo no parque
E fogo no St de justiça

Vida tá valendo mais nada cê sabe
Normal ser negado um copo d'água
Mas que porra é essa, esfriou o amor e a compaixão
Morrer no rio da dor, afogado nas mágoas

Me debato agonizo, a poesia me cura
Deus que salva, me resgata da morte e a sepultura
Navalha, atrofiou minha carne e não minh'alma
Repara, o segredo de tudo, manter a calma

Quando se ver já acabou o dia e não há tempo mais
Tu luta a vida inteira pra poder viver a paz
É foda, diâmetro maligno entenda
Um segundo pra tua paz se tornar em tormenta

Chuva cai e alivia a cena
Natureza é obra do meu Deus
Obra perfeita

Engole o choro e toca a maçaneta
Deixa o senhor entrar
Irmão experimenta

Carnê no lixo a conta em negativo
A panela vazia
Mas eu sou rico
Da minha saúde, da minha fé em Jesus Cristo

Desapegando aos pouco das coisas do mundo
É um alívio, deitar no travesseiro e saber que acordei vivo
E amanhã pertence a Deus
A resistência continua resistindo

A resistência continua resistindo
A persistência persuasão permanece persistindo
Praticidade pré-projeto plausível
A voz que não se cala tá ai

Firme e forte, tá tranquilo
Então tá tranquilo