Zambure, atotô, aiê ieo, agoiê
(...e o negro chegou)
O negro chegou às terras da Bahia
No tempo do Brasil colonial
Com seus costumes e crenças, fé sem igual
O delogum, mareou todo o povo do mar
Netuno a participar das louvações da rainha do Aiuká
Uma pedra, uma concha
Pedra e concha têm areia
Quem mora no fundo do mar é sereia
E o povo da terra em romaria
Integrava-se à magia
Os saveiros dos milagres
No azul-verde do mar
Senhores, sinhazinhas arrumadas
E os pregoeiros a gritar:
Tenho frutas, balangandãs
Vem comprar para a deusa do mar lhe ajudar
Hoje a festa continua
E a raça se iguala
Cantos e batuques anunciam
O mar baiano em noite de gala
Muçurumim, nagô
Omolokô, Congo e Guiné
Atotô de Zambi-rei do Candomblé