Uh Neto - Oxente 3.3

Aos orixás peço a bênção pra pisar nesse terreiro
Que o nordestino ilumina na luz do seu candeeiro
Pandeiro, canta atabaque, na levada, lavadeira
No samba no candomblé, canto levanta poeira
Tu chama, a criançada pra comer o caruru
Sete meninos na roda, roda ciranda pra tu
Passô aí oh são João, na cultura do nordeste
E nós tem milho e amendoim, a terra boa só cresce
Celebração na colheita, a oração frente ao santo
Agradecer pela fartura, e Deus tá abençoando
A fé, na minha tradição, o zói de água encantado
Oh! Dona santa nos reza com mato afasta o olhado
Deixa, eu dançar com você, esse forró
No pé-de-serra esquenta fogueira, a espada, o suor
Do povo forte, astuto, na vida, correndo risco
Humilde a cada passo marcado como corisco

Oxe oxente! Oxe oxente!
Oxe oxente 3. 3!
Oxe oxente! Oxe oxente!
Oxe oxente nesse canto eu falei
Oxe oxente! Oxe oxente!
Oxe oxente 3. 3!
Oxe oxente! Oxe oxente!
O traço toca a voz que solta nesse canto avoei

É com o dedo de nego, desenho linha a estrada
Na pisada cumprida na vida que é calejada
Na encruzilhada das quebradas Exu abre os caminhos
Livra do mal que se apresenta no abraço de espinho
Que a chuva venha e lave a alma com gotas de amor
Pra do sorriso um canto, que tira o ódio da cor
Que o som na maloca vem do samba de roda
Nesse tempero tem dendê, pros Erê lá da roça
Paranauê na ladeira que faz levantar poeira
Pra libertar meu povo com a bênção da capoeira
A trovoada no verso assanha maribondo-tatú
Deixa o corpo fechado, protegido por Ogum
Na ciranda o griot ajunta magia à palavra
Vestindo com o terno de reis, na chegança Saubara
Oh negô ajaiô firma as raízes na fé
Que sou da região mais preta da Bahia, axé

Oxe oxente! Oxe oxente!
Oxe oxente 3. 3!
Oxe oxente! Oxe oxente!
Oxe oxente nesse canto eu falei
Oxe oxente! Oxe oxente!
Oxe oxente 3. 3!
Oxe oxente! Oxe oxente!
O traço toca a voz que solta nesse canto avoei