É verdade que estas mãos que trago
Não são mãos de navegar
Não são mãos de ir à ceifa
Pois eu nunca fui ceifar
Só vou cantar sobre este mar
E vou cantar sobre o mar
É verdade que esta tristeza que trago
Não é tristeza de pouco amar
Nem de ver no tempo passado
Pois todo tempo tem que passar
E vou cantar sobre este mar
E vou cantar sobre o mar
Que a minha vez, enfim, já chegou
Que a minha vez, enfim, já chegou
E o silêncio me falou
E o céu aberto, que foi deserto, diz
Que a minha vez, enfim, já chegou
É verdade que estas praias me levam
Por razão de mais viver
Toda onda vista dá volta ao mundo
Para tudo compreender
E vou cantar sobre este mar
E vou cantar sobre o mar
Que a minha vez, enfim, já chegou
Que a minha vez, enfim, já chegou
E o silêncio me falou
E o céu aberto, que foi deserto, diz
Que a minha vez, enfim, já chegou
E vou cantar sobre este mar
E vou cantar sobre o nosso mar
Que a minha vez, então, já chegou
Que a minha vez, enfim, já chegou
E o silêncio me falou
E o céu aberto, que foi deserto, diz
Que a minha vez, enfim, já chegou
E o silêncio me falou
E o céu aberto, que foi deserto, diz
Que a minha vez, enfim, já chegou
É verdade que estas mãos que trago
Não são mãos de navegar