A Niterói é meu quilombo na passarela
Exaltando em poesia e aquarela
A saga de um grande guerreiro
O zumbi dos pampas: Manuel Padeiro
Herdeiros da mãe África sagrada
Trazidos ao sul para trabalhar na charqueadas
Quantos gêges nagôs, a magia da fé
Dos iorubás, em primazia o candomblé
Em pelotas a força dos ancestrais
Iemanjá, oxum, iansã
São regentes orixás
Nesse cenário aportou um ser de luz
Na luta pela liberdade
O seu destino conduz
Manuel Padeiro nesse chão
Escreveu uma história
De resistência à opressão
Negro valente, forte e consciente
Combatendo a escravidão
Na serra dos tapes
O enviado de oxalá construiu
Com sabedoria e dignidade
Cada comunidade assim surgiu
Domesticou o perigo
Pelos índios adorado
Na tribo conquistou veneração
O acordo foi selado
Para sua proteção
O toque do sopapo é mais que uma prece
É ato de louvor que ao negro fortalece
A coruja clama em defesa dos quilombos
Contra a discriminação
Igualdade é um direito de todo cidadão