Deixei-me ser o que não se revela
Se não na intensidade da saudade
Deixei-me ser o que nunca veio
O que nunca se encontrou
E nunca esteve perdido
Deixei-me ser o que não volta mais
Se não no tempo que se encontra
Porque não se procura
Deixei-me ser uma vez mais
A existência sobre a existência repousada
E já que em mim
O que não é não ousa
Deixei-me ser a voz consentida
Erguida do nada
Erguida do nada erguida do nada
E que regressa a vida