Me conta, aponta pra mim
Tudo o que não seria o óbvio
Tudo o que seria utópico viver
No meu arado marcado de dor, apronta
Me tira das minhas ideias
Mexe nas minhas certezas
Me despe, me beije
Como se não houvesse depois
Como se pudesse nós dois
Condensada nuvem, claro dia
Se faz sagrada
Nas frestas, rachaduras da secura
Terra sedenta, avermelhada
Sangrando vermelho coração
Rachaduras do sertão
Me faz em dois
Em antes e depois de você
Faze do peito arado terreno
Que se corta com as mãos, aos poucos e sem jeito