Santão e Marcondinho Santão e Marcondinho - Sertanejo Solitário

Eu moro num canto triste
Onde o rio faz um remanso
Toda as tarde eu penso a vida
No terreiro do meu rancho

Olhando lá no banhado
Jaburu parece ganso
Cadorna pia macio
E a perdiz pia de avanço, ai

A saudade me aperta
Desde a hora que levanto
Deste pobre coração
O suspiro sai de arranco

Quando me aperta a nervosa
Choro mesmo, eu falo franco
Tenho fé de ser feliz
Tô sofrendo por enquanto, ai

Quando queima as camparia
Forma um fumaceiro branco
Logo vem as andorinhas
Pro verão de canto a canto

Destas andorinhas pardas
Que faz ninho no barranco
Eu divido a flor roxa
No brilhar dos pirilampo, ai

O que mais me aborrece
É quando floresce o campo
Encosto a velha canoa
Amarrada no barranco

Fico na porta do rancho
Sentadinho no meu banco
Passo a mão de vez em quando
Nesses meus cabelos branco, aí