Enquanto eu como, bebo, sonho e vivo o horizonte
Os pássaros vêm e vão
Uns amigáveis, destemidos
Outros, velozes fugitivos
Como os dias que me escapam meio-vividos pelas mãos
Eu vi centenas de céus abertos, fechados, indecisos
Vi tormentas e eclipses
Verão, inverno, outono
Primavera da janela
Do meu universo reduzido
E vi sorrisos e suspiros
Olhos atentos e perdidos
Vi flores mortas renascerem
Vi troca de dente de filho aqui de dentro
Do meu universo expandido
E tudo vira história pra contar
Em algum momento do futuro
Que promete ser melhor ou mais escuro
E vira música pra cantar
Espremida à mão de um coração aflito
Que quer muito acreditar
E tudo vira história pra contar
Em algum momento do futuro
Que promete ser melhor ou mais escuro
E vira música pra cantar
Espremida à mão de um coração aflito
Que quer muito acreditar
Nessa louca gangorra entre o belo e o feio
Entre a esperança e o desespero
Eu vivo assim, entre a revolta e a rendição
A resiliência e a resignação
Nesses dias vividos pra dentro
Gritados pra dentro
Num espaço cada vez mais estreito
Pra encontrar a redenção
E tudo vira história pra contar
Em algum momento do futuro
Que promete ser melhor ou mais escuro
E vira música pra cantar
Espremida à mão de um coração aflito
Que quer muito acreditar
E tudo vira história pra contar
Em algum momento do futuro
Que promete ser melhor ou mais escuro
E vira música pra cantar
Espremida à mão de um coração aflito
Que quer muito acreditar