Se, do ocaso que viria
Certamente malfadado
Dividimos autoria
Do que estava já marcado
Qual cinismo ou vilania
Que não consigo lembrar
Tu te julgas no direito
Sobre tudo o que está feito
De querer me perdoar?
Se te fiz juras eternas
Tudo, enfim, já terminou
As lembranças são quimeras
Do encanto que acabou
Consumido na rotina
Que deixamos ser assim
O amor que, antes, havia
Embalava a alegria
Que, agora, chegou ao fim
Sei que, recorrentemente
No afã de acertar
Erramos, diariamente
Tentando não apagar
Nossa intensa trajetória
Da memória, que nos cabe
Entregamos, tudo, ao tempo
As lembranças dos momentos
Isso é tudo o que se sabe
Se a vida nos reserva
Um reencontro, futuro
A distância nos preserva
De caminho obscuro
Pra que a indiferença acabe
Superando a desavença
Transformando em amizade
O respeito e a lealdade
Alterando essa sentença