Sandra Pêra Sandra Pêra - Paralelas

Dentro do carro, sobre o trevo, a 100 por hora
Ah, meu amor!
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho e fico rico
Quanto mais eu multiplico, diminui o meu amor

Em cada luz de mercúrio vejo a luz do teu olhar
Passam praças, viadutos, nem te lembras de voltar

No Corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão

E as paralelas dos pneus na água das ruas
São duas estradas nuas em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar, abro a vidraça e grito
Grito, grito quando o carro passa: Teu infinito sou eu
Sou eu, sou eu

No Corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão