Naquela manhã
Eu acordei tarde de bode
Com tudo que sei
Acendi uma vela, abri a janela e pasmei
Alguns edifícios explodiam
Pessoas corriam
Eu disse bom dia
E ignorei
E telefonei pra um toque tenha qualquer
E não tinha
Ninguém respondeu
Eu disse: Deus, Nostradamus
Forças do bem e da maldade
Vodu calamidade, juízo final
Ah, então és tu?
De repente na minha frente
A esquadria de alumínio caiu
Junto com vidro fumê, o que fazer?
Tudo ruiu
Começou tudo a carcomer
Gritei, ninguém ouviu
E olha que eu ainda fiz psiu
O dia ficou noite
O sol foi pro além
Eu preciso de alguém
Vou até à cozinha
Encontro Carlota, a cozinheira
Morta
Diante do meu pé
Zé
Eu falei, eu gritei, ah, eu implorei
Levanta e me serve um café
Que o mundo acabou!