Da boca da noite
Ao dedilhar do dia
Do ouvir da tarde
Ao mirar das esquinas
Nas encruzilhadas das tuas pernas
Eu vejo o bailar de velhas lágrimas
Que não caíram
Nos cruzeiros dos teus braços
A força, o aço, o fardo
De parir se semente nas terras de asfalto
Suspirando esperanças antigas
Almejando castelos de areia que insistem em desmoronar
E marcar com força as costas dos meus lamentos
Diante a face das minhas incertezas
Severas e verás
Eu brotar na terra mais seca
E cantar onde não houverem ouvidos
E olhar onde não houver olhares
Me verá ser semente
E minha voz fervente
Sendo bandeira também pra mim
E mesmo sem querer
Vai me aplaudir