Cocorocô, galo cantô
Cada cantor tem sua recreação
Recomposição, devastação
Shiva chorou, temos recriação
Eu que semente de um fruto me lembro
Que a fruta era flor, virou estação
Gana vendeu, a fé se enganou
Olhos abertos é só o amor
É de sangue pisado meu tom
Canta dobrado, corrupião
Eu me armei contra tudo ao meu lado
Que um homem jurado é um homem jurado
No peito o meu tom, sangue pisado
Um corrupião, hoje canto dobrado
Psilocibina, filtro de retina
Desata meu ego, baixa a neblina
Flor de tangerina, gota cristalina
Decepa egoísmo, revela o amor
Cocorocô, se eu já caí no chão
Cocorocô, Rudá me deu a mão
É de sangue pisado o meu tom, se eu já caí no chão
Canta Dobrado corrupião, Rudá me deu a mão
Rudá manifesta no seu camarada, em forma de bicho ou em forma de fala
De luz ou de som, da pinga fiada, amarga a marvada e minha alma lavada