Que busco, infausta lira
Que busco no teu canto
Se ao mal, que cresce tanto
Alívio me não dás?
Se aquela ingrata calma
Foi só tormenta escura
Na minha desventura
Também naufragarás
Vem, adorada Lira
Inspira-me o teu canto
Só tu a impulso tanto
Todo o prazer me dás
No gosto, em que me encantas
Suavíssimo instrumento
Em ti só busco o alento
Que eterno me serás
De minha ânsia ardente
Perdeste o caro império
Que já noutro hemisfério
Me vejo respirar
Qualquer penoso excesso
Que atormentasse esta alma
A teu obséquio em calma
Eu pude serenar