Quem Nunca? - Liberdade Humama

Eu não sou especial
Mas há algo diferente dentro de mim
Deve ser a tal sensatez
Com ela sempre consigo prever o começo do fim

Devo dar mais atenção para o meu lado espiritual
Há tempos não ajoelho e converso com o meu pai
A última vez pedi pela alma de minha amada
E talvez este seja o motivo de ela não estar aqui mais

Um trago no cigarro
Uma taça de vinho
Com a distância dela
Eu fico mais sucestível ao vício

Abri-se uma fenda no chão
Sinto-me vazio
Crise existêncial de alguém que parece que nunca existiu

Eu ainda não estou bem com tudo isso
Chove forte na terra da garoa
Em meu quarto, mais um rabisco

Lidando com a solidão, trancado
Recolho os meus estilhaços
Com receio do meu coração tornar-se de aço

Estão a tentar destruir o que sonhei a vida inteira
Casamento, ter filhos, nagoya, cerejeiras

Problemas sem solução, onde está esperança?
Culpar a Deus ou a liberdade humana?

Meus permancem sendo incisuras do passado
Que permanecem doendo mesmo eu estando anestesiado

Vocês querem que os motive? Isso é a minha motivação
Olho para dentro e não vejo nada
Talvez seja por causa de tanta escuridão

Eu até tento melhorar, eu sei que isso importa
Abraços sinceros me retribuem com facadas nas costas

Eu sei que estamos aqui para sofrer
E nada se compara àquele que foi crucificado
Devia apontar menos erros alheios
E me conhecer melhor, para minimizar os meus pecados

O passado bate na porta “toc toc”
Barulhento feito notas tocadas em show de rock
Eu sempre rabugento puto distante não me toque
Hoje são fotos na estante e saudade em estoque

Quanto mais conhecia e era tudo o que eu queria
Mas não amadurecia seguia sendo uma alma fria
Abraço que arrepia, pois transmitia distância
Mas tudo que eu fazia era ter esperança

Se és esperto nota nessas linhas o meu erro
Se o passado está presente o presente e enterro
Se o futuro está presente realidade não existia
Demorei para perceber que o futuro é fantasias

Calma cara não pense que é loucura
E me fala alguma realização sua que foi futura
Ele nunca chega irmão sua ação foi no agora
Por isso chama presente e capeta ignora

Eu demorei demais para perceber como ela notava
Minha presença era falar, só expressava por palavras
Nós éramos dois pulmões que padeciam em asma
Corpos não se aqueciam queria calor de um fantasma

Como se por dentro eu congelava na sibéria
Como se no momento enfrentava uma besta fera
Aqui dentro buscando algo para fugir no mal
Encontrei na solidão escrevendo rap policial