Quem Nunca? - Devaneio Juvenil (Parte 2)

Sempre gostei de ordenar estou fora dos padrões
Muitos querem julgar poucos entendem suas próprias ações
Inspiro morte, expiro vida
Minha vida parece tão preciosa eu não a retiraria
A mulher que eu amei diz não lembrar nem ao menos da minha voz
Eu lembro-me até do som da sua risada isto mostra o quão grande é a lacuna entre nós
Vivo em um mundo sensível
Preocupo-me com coisas de caráter inteligível
Portador de rios de lágrimas para encher a Cantareira
Choro escondido incluso choro escrevendo esta letra
Domingo ensolarado não me importo com as horas
Este é o momento para por para fora o que a minha mente aprisiona
Cada letra que eu escrevo pelos cantos desta casa
Vou sentindo minha caneta ficando mais pesada
As pessoas se odeiam, mas fingem que se amam
Culpam a religião desta forma se enganam
Eu sempre quis ser diferente o mundo me corromperá
Talvez eu esteja procurando algo que nunca irei encontrar
Não sei o que procuro, onde e nem quando
Enquanto eu as abomino com sinceridade elas fingem estar me amando
A vida adulta é dura debocham da sua esperança
Criança sonha em ser adulto, adulto sonha em ser criança
Não que eu acredite que eu seja um santo
Mas minha maldade vem sendo maior e isto está me matando
Ninguém me entende o que devo fazer?
Talvez o problema esteja em mim será que eu não me faço entender?
Quando criança escrevia poemas para me expressar
Ninguém os lia diziam que eu os copiava
O tempo é rei eu sei hoje eu entendo, oh meu Deus
Os anos trouxeram as coisas que a escola não me deu
Talvez seja só mais um fase ruim, e que fase
Parece-me que ela não terá fim
Meus sorrisos são falsos, mas são tão convincentes
São apenas cópias baratas, mas me enganam às vezes
Ouço muito a palavra amor estou familiarizado
Amei uma vez e foi o bastante para saber que amei o ser errado
Minhas letras são resenhas de uma vida sem graça
Monótona onde não acontece nada
Minha guerra é interna eu sou o meu maior inimigo
Rodeado, mas não sinto de forma concreta a presença dos meus amigos
Os mesmos não conseguem enxergar o óbvio
Que eu não estou bem há tempos em meu semblante é notório
Queria tanto ser digno de conversar poucos segundos com Deus
Para ele me explicar onde eu errei o que me aconteceu
Todos têm seus problemas e eu os entendo
Quem sou eu para comparar cada um sabe o quão grande é seu sofrimento
Em pleno jardim das aflições encontrei a flor mais linda
Em meio às flores mortas que sugaram a minha vida
Nem sei se Deus pode me perdoar
Cometi o maior pecado que é desistir de viver
Pareço um cadáver pútrido que só serve para andar
O que eu plantei todo este tempo para ser lembrado quando morrer?
Ouço vozes ecoando repetindo falas
Dizendo para eu desistir que esta luta não me levará a nada
E o nada parece tão interessante
Só de me desligar deste mundo parece-me algo empolgante
O meu reflexo no espelho é de enojar
Repugno-me estou lutando para mudar
Ontem eu sonhei com o céu, sonhei que fui julgado
A primeira pergunta que ouvi foi: filho o que tu tens plantado?
Arrepio na espinha dorsal, me ajoelhei
Desculpe-me, mas o restante é só na parte três
Continua!