Ainda nem bem clareou o dia e o campo já dita as norma
Botando a eguada na forma numa estância de fronteira
Assim é a lida campeira: Chegar pedindo bolada
No vozerio da peonada num xucro altar de mangueira
Bota na forma esses beiçudo, Tio Florêncio
Que a indiada nova é contratada do patrão
O João Cabelo, capataz da estância velha
Cedo, reparte a cavalhada pros seus peão
Forma cavalo, grita o velho na mangueira
E uma gateada mete as pata no sebruno
Gritam pro Juca escorado na tronqueira
-Tu, que é pachola, tira as cosca do lobuno
Me passa as garra' nesse ruano, Nego Adão
Que te garanto, é de apartar briga de faca
De freio em punho, fala mansa um castelhano
- Deja pra mim esse tubiano anca de vaca
Pega esta preta que é égua pronta, Juvenal
Doce de boca lá pras banda' da Argentina
Toma cuidado no bancar ela no freio
Ao se dar volta, abre a perna e sai de cima
Toma cuidado no bancar ela no freio
Ao se dar volta, abre a perna e sai de cima
Fica pra ti, o João Capincho, o Colorado
Toma cuidado que ele é louco de baldoso
Vem bem a trote, quando vê, derruba orelha
Coiceia um cusco e, sem demora, esconde o toso
Essa cabana douradilha frente aberta
Que, pra laçar, é bem serena e de confiança
Pega, guri, tapeia o chapéu na testa
Só livra a sanga que, do resto, ela é bem mansa
De cacho atado onde a maruca prende o grampo
Vai a peonada pra tirar o gado da grota
A trotezito, assoviando uma milonga
Dando pra ver o furo da sola da bota
Mas refugaram o mouro pampa marca Z
Até o Firmino que é ginete tipo bicho
Só porque é torto, nega o estrivo e se boleia
E, ainda por cima, sente cosca do rabicho
Só porque é torto, nega o estrivo e se boleia
E, ainda por cima, sente cosca do rabicho
Bota na forma esses beiçudo, Tio Florêncio
Bota na forma esses beiçudo, Tio Florêncio