Aromada flor campeira
Com tua permissão me achego
Gasto um tanto dos pelegos
Dos mormaços e soalheiras
Durante a semana inteira
Tudo foi normalidade
Tirando a capacidade
Que tens de seguir meus passos
Estar em tudo que faço
Sonhos, memórias, vontades
Como pode? Esqueci
Dos mais básicos sentidos
Devo ter desaprendido
Respirar longe de ti!
Até mesmo, numa dessas
Meu pingaço bico branco
Reparou que pelo tranco
Da volta, eu tinha pressa
Não há freio que impeça
Um queixo de ir embora
De se mandar campo à fora
Quando o peito é quem governa
A força que sai das pernas
Para os dentes das esporas
Pavorosa distinção
Me causa ter ou não tê-la
Se t’encosto toco estrelas
Se te perco, perco o chão
Se estas lides, seus apuros
Rigores e provações
Não me deram condições
De te dar melhor futuro
Garanto e asseguro
Livre de’intenções mesquinhas
Inda te faço rainha
D’um rancho, cartão postal
Nosso castelo bagual
No coração da vilinha
Quero te vestir bonita
Feito dama de baralho
Coroa de flor e galho
Trança e vestido de chita
Devo ter desaprendido
Respirar longe de ti
Se t’encosto toco estrelas
Se te perco, perco o chão