Por debaixo dos pelegos sempre hay que ter um pala
O meu tem cheiro de china
E também furo de bala
Quando aperto a sobrecincha dou um tapa na badana
Me rebusco no meu pala se tem mel a lichiguana
Um balaço lá me deram no salão da tia Picucha
Que varou meu pala rubro no estampido da garrucha
Se meu pala não tem franja foi guasqueando fio de adaga
Mas culpada foi a china que roubei na madrugada
Já estendi meu pala rubro por de riba dos pelegos
Mas quem viu a estrela d’alva tinha lindos olhos negros
Mas porém a tal saudade não é poncho que se mala
Ficou ela impregnada na extensão toda do pala
Nas andanças pelo pago sempre levo o pala rubro
Porque china de mel doce eu cavoco mas descubro
O meu pala tem feitiço eu não sei se no bordado
Porque franja não tem mais para ser um embruxado
Vai ficar dona do pala quem fisgar meu coração
Que ao bater descompassado vai sentir o beliscão
Com a china vou cambiar uma nesga só de céu
Vai o pala e vem um beijo sob a aba do chapéu