Moça, eu já fui potro atado
No galpão do esquecimento
Hoje, ando de clina esfiapada
Pra onde sopra algum vento
Moça, eu te faço um pedido
Pra um mate aqui, eu te espero
Pra ver o sol do teu sorriso
Quando a cuia te entrego
Quero-quero cuida o campo
Carancho cuida no ar
Eu cuido lá da cancela
Esperando a moça chegar
Teu silêncio é campo aberto
Semeando meias verdades
Palavras são frutos verdes
Amadurando o das saudades
Do meu coração vaqueano
Cansado de idas e vindas
Fiz vaso de coisas boas
Pra dar-te as flores mais lindas
Teus olhos são meus estrivos
E o teu silêncio me acalma
Com minha alma, teus olhinhos
Com gana, amo tua alma
Na aba do meu chapéu
Muita chuva há de correr
Serão todas minhas penas
Caindo por não te ver
Das penas que eu guardei
Umas, são pedras nas mãos
Outras, são punhais afiados
São de cortar um coração
Teu corpo, doce menina
Branco feito o algodão
Igual a beleza das nuvens
Passeando pelo rincão
Cada abraço, um paraíso
Cada beijo acende uma estrela
Morro um pouco cada vez
Nas noites que não posso vê-la
Do meu coração vaqueano
Cansado de idas e vindas
Fiz vaso de coisas boas
Pra dar-te as flores mais lindas
Teus olhos são meus estrivos
E o teu silêncio me acalma
Com minha alma, teus olhos
Com gana, amo tua alma