A madrugada vence o tempo e esconde a luz
E eu me fiz tempo e entendo a paz olhando a cruz
Na dor de hernández tive escrito meu exílio
Na voz de osíris um clarim aos nossos filhos!
E poderiam germinar novos charruas
Na cor das luas, na ilusão que esconde a fé
E os guaranis, no memorial dos missioneiros
São gotas vivas da agonia de sepé!
Por onde andam os yupanquis – luas claras?
Por qual mistério anda o cacique tabaré?
Será que o canto de chalar era só um
Entre os cantores quinchados de santa fé?
Então eu chego novo bugre de outros templos
E trago em mim a poeira pampa de outros tempos
Sou madrugada em luz viajeira aos que acreditam
E não duvidam da riqueza destes ventos!
Cada canto novo de esperança, lua clara em voz de renascer
Vive o grito índio, curandeiro, pela voz coragem de viver!
O amanhecer é alma clara, santa-fé
Trazendo a luz, benzendo a paz, feito um pajé
É mais pampeano o índio grito do meu tempo
Amanhecida na coragem destes ventos