Eu te vi sozinha como quem ouve uma sinfonia
Você era silêncio e devoção
Trevas que tu quiseste como quem sente a nostalgia
Sedenta de poesia e de escuridão
Eu te vi sozinha ganhando a vida de esquina em esquina
E aquele que te amava não te queria
Vai à inocência em gotas doces de vinho tinto
Teu beijo de boca em boca é um grito aflito
Rainha e redentora dos condenados deste martírio
Se tudo te é negado, ame o vazio
E as coisas que não dissemos se tornam sombras de um dia cinza
As sombras de uma estação entre o sim e o não
E a noite que cai serena, a silhueta da morte e a vida
Seus filhos tão peregrinos nossos vampiros
Eu te vi sozinha ganhando a vida de esquina em esquina
E aquele que te abusava não te queria
Teus olhos eram saudade de uma existência nunca vivida
Teu crime foi o pecado de ser maldita