Nestas andanças pelos palcos onde eu ando
Eu vou semeando gauchismo e tradição
Trago os costumes da minha gente de getúlio
E tenho orgulho em ser da velha estação
Me fiz gaitero e nesta gaita eu me garanto
E quando canto é que a moçada vem pra sala
Viremo a noite cadenciando pros dois lados
Quando me agrado qualquer vanera me embala
Eu sou gaitero sim senhor do tempo antigo
Que faz amigos em qualquer lugar que ande
Sou fandangueiro tocador sou pacholento
E me sustento pelos palcos do rio grande
A minha gaita que é parceira das andanças
É de confiança e nunca me deixou na mão
Anda judiada de sereno e de poeira
Frouxou a cera e já recolei uns botão
Mais é por causa deste meu xucro atavismo
Que o modernismo não me pega e não me acha
E desta estampa rio grandense tenho orgulho
E nem barrulho dobra um taura de bombacha
Nasce outro dia e o sol vem pedindo vaza
Largo pras casa porque gosto de um perfume
Tenho uma linda que me espera na janela
E os olhos dela tem um brilho feito lume
Dou um descanço pra minha gaita querendona
E ela se adona do gaiteiro com jeitinho
Então entendo esta ânsia de chegar
Pra me entregar em seus abraços e carinhos