Parado no trânsito infernal da cidade
Já nem controlo a ansiedade
A fila onde me encontro
Pouco ou nada avança
Só o relógio não se cansa
Segunda-feira é o dia da maior confusão
E os outros dias tal e qual são
E eu gasto uma hora de casa para o emprego
No centro do desassossego
Vou trabalhar logo pela manhã
Mas por este andar, só hei-de chegar amanhã
Vou dar em doido a viver sempre assim
O dia é tão longo e eu já não respondo por mim
Vou trabalhar logo pela manhã
Mas por este andar, só hei-de chegar amanhã
Vou dar em doido a viver sempre assim
O dia é tão longo e eu já não respondo por mim
Sentado ao volante do meu carro, impaciente
Insulto os outros mentalmente
Subo o volume ao rádio para ouvir as notícias
Sobre manifs e polícias
Ontem houve confrontos em frente ao parlamento
E eu penso nisso um momento
Até mesmo eu já me sinto agressivo
A cidade engole-me vivo
Vou trabalhar logo pela manhã
Mas por este andar, só hei-de chegar amanhã
Vou dar em doido a viver sempre assim
O dia é tão longo e eu já não respondo por mim
Vou trabalhar logo pela manhã
Mas por este andar, só hei-de chegar amanhã
Vou dar em doido a viver sempre assim
O dia é tão longo e eu já não respondo por mim
A cidade do Porto
Já aperta um bocado
Está o trânsito parado
Pelo despiste de um pesado
Há gasóleo derramado
E é preciso de ter cuidado na saída
Para o mercado abastecedor
E a brigada de trânsito
Pede encarecidamente
À montanha de gente
Que queira ver o acidente
Que controle a sua mente
E e que educadamente
Simplesmente, siga em frente, por favor
E se está na capital do nosso país
A loucura é a matriz
Hoje há greve da Carris
Se viver na aldeia
Tudo aquilo que sempre quis
Faça um grande sorriso
E finja que é feliz
A segunda fila está na ponte do Pragal
Na segunda circular é o caos matinal
Se está a vir da Amadora para a capital
Está tudo entupido como o habitual
Ooh, ooh
Ooh, ooh
Vou trabalhar logo pela manhã
Mas por este andar
Só hei-de chegar amanhã
Vou dar em doido a viver sempre assim
O dia é tão longo e eu já não respondo por mim
Vou trabalhar logo pela manhã
Mas por este andar, só hei-de chegar amanhã
Vou dar em doido a viver sempre assim
O dia é tão longo e eu já não respondo por mim
Não respondo por mim
Não respondo por mim, não respondo por mim