Vestindo terno e gravata foi produtor musical
Estudou filosofia o que o fez pensador
Sem hipocrisia amava a arte que exercia
Não temia criticas mais acreditava em disco voador
Não aparecia em capas de revistas
Antes de ser artista
Simples complexos vazio cheio meio
Desde o inicio
Mais ainda na Bahia o Elvis Presley o espirou
A cantar o Rock Roll
Acima de seu tempo Gostava de todos
Curti seus vícios
Absoluto genial humilde loco alucinado
Carimbador maluco defendeu seus ideais
Construiu sua história entre derrotas e vitórias
Nunca respeitou nem os pecados capitais
Com a mesma garra que interpretava Gita
Cantava o pacato trem das sete vindo
Dos cafundós do sertão
Pai do Rock no Brasil metamorfose ambulante
Único senhor pacato amor a flor da pele
Intenso doidão
Viveu só quarenta e quatro anos tempo suficiente
Para dizer pra que veio dum jeito debochando
Já pensou se ele tivesse vivido dez mil anos
Foi mosca na sopa a ditadura militar
Deu seu recado
Tirava um barato mais nunca foi besta
De tira onda de Herói
Quando nada dava certo tentava
Tudo outra vez
Casou cinco vezes foi maluco beleza
Entre alta e baixa estima
Mesmo sendo misto ateu sabia
Que precisava de Deus
Viveu intensamente entre a cruz e a espada
Ao mesmo tempo tinha tudo
E não tinha nada
Alguém falou toca Raul
Abra o Baú do Raul o caldeirão não
Eu sei o conteúdo a obra do Raulzito
Teve começo meio não terá fim
Só a Bahia poderia parir uma cria excêntrica assim