A mulata ensaboa até a água espumar
Vem passando a canoa do rio pro mar
Movimento na proa de alguém a remar
Ela vê, se atordoa e não pode chamar
E durante o verão verá
Que a canoa virá
Mas irá com seu dono pro mar
Seguirá sem parar
Mas assim que o outono chegar
Nem dará pra esperar
E a mulata terá tempo de enxaguar
E inverno prolongará
Seu eterno esperar
E a espuma fará recordar
Quem passou a remar
Mas é só a primavera voltar
E a visão clarear
Que lavar tanta roupa vai demorar