É hoje que a terra treme
É hoje que a pedra rola
Este é o som da minha terra
Cheguei no som da viola
Viola minha viola, cavalete do pau preto
Morro com você nos braços, de joelho lhe prometo
Viola minha viola de jacarandá e canela
Na alegria ou na tristeza vivo abraçado nela
Minha viola divina, eu ganho a vida com ela
Vou contar o que nunca vi pro sertão e prá cidade
Nunca vi guerra sem tiro, e nem cadeia sem grade.
Nunca vi um prisioneiro que não queira a liberdade
Nunca vi mãe amorosa do filho não ter saudade
Burro que fugiu do laço ta de baixo da roseta
Quem fugiu de canivete foi topar com baioneta
Já está no cabo da enxada quem pegava na caneta
Quem tinha mãozinha fina foi parar na picareta
Já tem doutor na pedreira dando duro na marreta
A coisa tá feia, a coisa ta preta...
Quem não for filho de deus, tá na unha do capeta.