Há como um abraço
Um laço que nos une
A dor que fortalece
Na perda do costume
No pranto silencioso
No despertar ocioso
Na forçada despedida
Na oração recolhida
Na fração da vida
Que no vazio se somou
Os joelhos dobram sobre a peste
Mas o coração não se converte
Os olhos doem frente à sorte
E o poder da morte
No centro da partilha
Sobram gentes repetidas
Sem afago, sem comida
Única flor espinhosa, no jardim da vida
Conto sem sentido
Nem moral, nem rito
Ou o mundo muda o dito
Ou dita mudo o mundo aflito