Kelvin do Acordeom Kelvin do Acordeom - A morte do boi de carro

Todo mundo tem direito a uma aposentadoria
O meu dono me criou trabalhando noite e dia
Hoje estou velho e cansado
Agora sou desprezado por ele e toda família

Me prenderam num curral sem nada ter pra comer
Sou um boi velho e cansado, nem água tem pra beber
Depois de trabalhar tanto
Vivo jogado num canto, de mim ninguém quer saber

Estão vendendo meu corpo pra levar pro matadouro
Escutei essa conversa da boca de um comprador
Eles não tem sentimento
Esse é o pagamento de quem tanto trabalhou

Eu novo fui boi de carro, já cortei terra em arado
Ajudei o meu patrão a ver seu filho formado
O meu dono me vendeu
Só pra ver o sangue meu no matadouro derramado

Quem escutar minha história vai chorar como eu chorei
Em saber que vou ser morto por que tanto ajudei
Depois fazer um churrasco bem em cima do meu rastro
Nas terras que trabalhei