Com semblante encantado resplandece meu sertão
Estampando a primavera sobre a face do chão
É um colorido vaidoso margeando a perfeição
Carijó canta valente, batendo as asas contente
Enaltecendo a estação
Um caboclo sossegado respirando calmaria
Fala baixinho assuntando da janela a camparia
Quem vê pensa que o matuto ao prosear na coxia
Deve estar caducando / sozinho ali conversando
Com o resplandecer do dia
Pra quem não sabe o caipira na sua rude sabença
Sem diploma e doutorado, prestigio e recompensa
Reconhece a divindade e sente a forte presença
De Deus em tanta beleza, por isso com a natureza
Proseia em sua crença
Sem gravata e fala fina o caipira é um doutor
Sábio, valente e forte homem de grande valor
Pobre da humanidade sem o bravo lavrador
Ciência se ampara em fatos, o capiau lá do mato
Se ampara no criador
Pra resumir aconselho os senhores da cidade
Quando virem um caboclo vestindo a simplicidade
Proseando com o vento que vaga sem vaidade
Diferente dos ateus, está agradecendo a Deus
Sua infinita bondade