Kant Kant - Purgatório

Okay

Acreditei desde cedo ser um garoto de outro mundo
Aliás, por que o que eu penso é tão profundo?
Bruno, você não é igual a todo mundo
Eu sei, mamãe, sobre isso que eu me confundo

Minha família diz: Ele só está confuso
Com o uso de droga, que droga?
Não veem que eu uso, fim do poço pra fazer dólar
Claro que eu tô confuso!
Com quatro era responsável por casa
Comida e me arrumar pra escola
Fantásticas danças de escola
Abraçando a mãe dos meus amigos
Disfarçando: A minha vai vir, só tá sem tempo agora
Oi, dona Irani, sei que eu não saí de ti
Mas posso fingir ser filho da senhora?
Prometo que é só por agora
É que tô com vergonha e sinto muita raiva
De como os outros me olham
Foda-se que ela não veio, talvez venha outra hora
Talvez tenha sido roubada, assassinada, embora
Acredito friamente que esteja apenas vendo o Kevin
No YouTube falar: Esquece, durante uma hora

Ele vive rindo, deve ser história
Vire a página, então, vamo embora
E pulem pra parte do toalete, onde eu ponho um rap
Ganho um patrocínio de Gilette
E meu pulso uma tattoo nova

Estou cansado de ser tão julgado
Às vezes acordo e me sinto o próprio diabo
Pelos versos e formas que eu tenho conjugado
E quanto mais me vejo triste, mais me vejo tatuado
Eu não sou um anjo, eu não me vejo em uma estatueta
Eu faço isso pra conseguir um extrato extra
Antes dos cultos, penso em dropar uma ecstasy
No meio da palavra, eu penso em letras
Que falam de morte, droga e buceta

Alguém, por favor, meta uma bala na minha cabeça
Ao som de 2Pac e um beck gigante
Não curto micro planta
Dichave kryptonita de Clark, pra Kant
Queimo até a ponta, me sentindo Cartman
Tirando minhas bolas gigantes de um micro-ondas
É que a vida me deu um rodo
E eu guardei até comprar minha própria casa
E quem duvidou, chupa meu caralho com asas
Nadando com tubarões famintos em águas rasas
Implorando por carinho, só o demônio me abraça
Tô no limite, botando fogo em uma casa inteira
Só pra acender um dinamite

Desde pequeno eu sonho com o céu caindo
Um ser de luz, só que de capuz, um anjo caído
Vozes silenciosas falam muito comigo
Entre o bem e o mal, eu vivo em conflito
Pesadelos quentes entre meus cochilos
Dizem que se esse é meu papel, terei que puni-los