Eu encho o pulmão de ar
Mas não é mais suficiente
O ar que você me impôs
Já não me contempla
Eu quero respirar, eu já estive aqui antes
Os mesmos ares
Mas nenhum deles me lembram o seu cheiro
No pós apocalipse onde te compram pra curar
Mas pisam no cimento tentando conectar
Engole mais veneno tentando conectar
Na verdadeira conexão
Eu ouço tua voz dentro de mim
Me silêncio e deixo a tua voz falar
Levar, lavar, tudo aquilo que não soma
Entre garfos, roupas e o falso bem estar
Tudo que existe pra me afastar
Se no pulmão do mundo tá faltando ar
Imagina, imagina
Imagina se fosse por vingança
Sofre pra soltar a reparação
Imagina perder a herança
Herança banhada no sangue do meu povo
Imagina se fosse por vingança
Sofre pra soltar a reparação
Imagina perder a herança
Herança banhada no sangue do meu povo
Desde que nascemos estamos lutando
Pagando água antes de saber meu nome
Pagando ar antes de saber meu nome
Pagando estar na terra antes do meu nome
Me apagando antes de eu sequer ter nome
Me matou e eu só tinha o teu nome
Já nasci e o roubo é meu sobrenome
Morrendo tentando chamar atenção
De quem me roubou
Entrando no game pra ver se eu sobrevivo
Mais um segundo
Imagina se fosse por vingança
Sofre pra soltar a reparação
Imagina perder a herança
Herança banhada no sangue do meu povo
Imagina se fosse por vingança
Sofre pra solta a reparação
Imagina perder a herança
Herança banhada no sangue do meu povo
Não é uma segunda onda
É o dilúvio inteiro
Se destruiu
Sangue virando dinheiro
As telas só gravaram as consequências
Ninguém foi lá filmar a vivência
Ninguém filmou as mortes no chão
Ninguém filmou a escravidão
Ninguém filmou tua mentira e ilusão
Que traga vidas até hoje
Rouba até hoje
Mata, desmata até hoje
Não tem justiça até hoje