Abre a roda
Hoje vai ter ciranda
O ventre da mãe encanta
O filho que vai nascer
No transe, nasce o fruto e no rito
O batuque é infinito
Acompanha o novo ser
Mete a mão nesse tambor
Meu guardião batuqueiro
Salve as griots e o rei tigre guerreiro
Cada pancada no couro
É resistência, oração
Esquece o banzo e o suor da escravidão
Chama a senzala firma a batucada
Gira na umbigada, jongo e caxambu
É som de preto, música do gueto
Mística de Ketu, maracatu
Povo entregue ao reggae lá do Maranhão
Ao timbau que ferve São Salvador
Madureira é charme em frente à estação
São Paulo, o funk também abalou
O laia laia lá do fim do mundo
Soluçando a dor que ninguém ouviu
Negra voz insiste, o axé resiste
Enquanto a novela distrai o Brasil
Quilombola é kizomba
Casa Verde, meu quilombo
Neste cortejo vem o canto africano
No rufar do tambor imperiano