Jejê-nagô ôôô ilumina meu caminhar
Diziam meus ancestrais, na infinita imensidão
Voduns são a matriz da criação
Fui batizada Luíza, vi a fúria do invasor
Eu sou a virtude de Daomé
No meu sangue, a minha fé, bravura pra enfrentar
Coragem norteando o meu destino
Aprisionada aos porões no além mar
Ô saudade que navega em águas claras
Fortaleza de um nobre coração
Salvador, então africanizada
Negra herança, raiz do meu chão
Lutar, para sempre lutar
À luz de Allah, a insurreição
Na pele, a força que inflama a negritude
Na revolta, atitude, pela libertação
Um grito por igualdade, orgulho dos ancestrais
A chama que persiste é esperança
Mesmo traída não me calarei jamais
A raça não se curva à chibata
Poesia eternizada nos meus ideais
Bate o tambor um canto ecoa
Ô kolofé, kolofé malê
Incorpora minha alma africana
Alegria é resistência, faz o sonho florescer