Nada nasce, cresce ou respira sem amor
Sol e chuva sobre o campo tudo é favor
Oh, meu pai! Oh, meu pai!
Mesmo sem sentido o que se move sobre o chão
Tudo é conhecido e do inteiro é fração
Oh, meu pai! Oh, meu pai!
E cada lágrima que brota e enche os olhos
É poesia e silêncio
E cada corpo que no pó da terra desce
É poesia e silêncio
Todo pranto é sagrado ainda que sem razão
Cada sangue que da terra clama é canção
Oh, meu pai! Oh, meu pai!
E cada lágrima que brota e enche os olhos
É poesia e silêncio
E cada corpo que no pó da terra desce
É poesia e silêncio
Homens e mulheres pobres, filhos, mães solteiras
Gays e órfãos, governantes torpes, loucos, missionários
Peregrinos e refugiados, corpos são violentados
Pequeninos afogados no mediterrâneo
A natureza arde em chamas, nada nos constrange
O trabalho escravo impera, nos calamos ante a fome
Pontes de concreto clamam pelo miserável
Injustiça esmaga. Me perdoe já não sei se a graça basta
Erga-te do trono agora, a criação sufoca
O opressor prospera e nem arte nos aponta a resposta
Se cada lágrima que brota e enche os olhos
É poesia e silêncio
Se cada corpo que no pó da terra desce
É poesia e silêncio
Oh, meu pai! Oh, meu pai!