Miragem, Sombra, Universo
Quarto-camarim reverso
Onde ceifam a razão
Por seres fauno redentor
Tentaram esvair a cor
Que sangravas de paixão
Por anos de noite crua
Calaram-te a alma nua
Sonhada livre ao relento
Coragem que se fez morte
Num país deixado à sorte
De ser apenas cinzento
Ai, Valentim, livre escultura
Afogaram-te em loucura
Nesse crime que abomino
Na prisão feita ribalta
És dança que aos céus se exalta
Serás sempre bailarino
Chora e dança