A Lila Fadista, bicha ativista, diz a tradição
É, nesta Lisboa, figura de proa da nossa canção
Figura bizarra que, ao som da guitarra, o fado viveu
Trocava de amores mas os seus valores, jamais os vendeu
Ó Lila Fadista, a tua linda história
O tempo gravou na nossa memória
Ó Lila Fadista, a tua voz ecoa
Nas noites bairristas, boémias, fadistas
Da nossa Lisboa
Batom e perfume escondem o queixume e o cheiro a solidão
De bicha sonora, que teme e adora a febre e a tesão
Chinela no pé, um ar de ralé no jeito de andar
Se a Lila passava, Lisboa parava para a ouvir cantar
Ai, Lila Fadista, sem rede nem pista, rugir de leão
Não pede louvores e atiça as cores do teu coração