Queriam laqueadura em massa na periferia
Como não podem dão pros filhos rojão da marinha
Sem quarto Alô Bebê, andador, velotrol
Nascido pra ser a experiência no vidro com formol
O projeto da high society da hípica
É xerocado em Hanói no massacre dos vietnamitas
Pro conselho de sentença, pobre pro júri não é sorteado
Aqui a Al Qaeda veste terno e não assume o atentado
Nos colocaram atrás da porta de aço temperado
Sonhando com a remissão por três dias de trabalho
A meta é seu quintal com AK, na lata enterrada
Seu cultivo de skank em estufa com temperatura controlada
Que divã cura o trauma da mãe presidiária?
Que amamenta a filha 4 meses pra ser adotada
Da empregada que rouba o resto do prato do patrão
Pra à noite os filhos ter uma refeição
Corrige Gênesis: Há trevas na face do abismo
E arde no interno da Febem em forma de fogos de artifício
Burguesa, é tarde pra bloqueio dos bens da quadrilha
Vão te explodir de Igla, ouvindo a frequência da polícia
É seu juízo final, caveira com foice
Por seus assassinatos por motivo torpe
Vingo o morto sem protesto, com as tripas à mostra
Expondo o homicida intelectual nessa homenagem póstuma
Pros mortos sem protesto, flores em memória
Aqui é o seu minuto de silêncio, sua homenagem póstuma
Fim de semana os coveiros abrem covas com antecedência
Pra atender a demanda da segunda-feira
Tem caixão pro catolicismo, espiritualismo, budismo
Protestantismo, candomblé, islamismo, judaísmo
É a era pré-histórica na era tecnológica
Que num click o ladrão destrava a porta giratória
Que o satélite fotografa em alta definição a favela
Pra noite o COE ser o pivô de outra tragédia
Vai degolar o traficante criado pela vó
Que herdou do pai o controle da venda do pó
Ou soltar sinalizador, mostrar localização
Pras motos da Rocam a milhão, salvar os cusão
Boy nem filtrando seu sangue ariano tem pureza racial
É igual do bebê sem enxoval, no Amparo maternal
Seus ossos não são de ouro, se misturam no ossuário
Com o esqueleto do 157, no Águia 5 pendurado
A humanidade prefere Barrabás do que Cristo
Por isso gastando um milhão de dólares um boy tá protegido
Então que se foda Medina, Silvio Santos, Olivetto
Wellington Camargo, Girs Aronso no cativeiro
Não me emociona seu caso notório no noticiário
Enquanto 10 boy na TV, aqui 5000 mortos no anonimato
Minha dor só ecoa no Atlas da exclusão social do país
No cemitério de Perus, Vila formosa, São Luis
Pros mortos sem protesto, flores em memória
Aqui é o seu minuto de silêncio, sua homenagem póstuma
A mãe mantém arrumado o quarto do falecido
Roupas dobradas, fotos, como se estivesse vivo
Ninguém morre enquanto num coração é inquilino
Li numa coroa de flor e a frase faz sentido
A campanha do desarmamento não é pelo fim do crime
É 100 reais pela PT, pra rico não boiar na Billings
A suástica é invisível, mas sem microscópio meu olho
Vê quem tem a célula da Gestapo no corpo
Todo boy carrega os genes de Saddam Hussein
Se pudesse açoitava, decapitava 300 mil também
Um minuto de silêncio pro condenado sem prova
Pro que faz juiz refazer nariz com cartilagem das costas
Pro que no desembarque ganha o turista
Pra de Ténéré, roubar ele e o taxista
Pro que espera cobertor da Pastoral da rua
Pro nóia que o disque droga traz a domicílio a loucura
Pro Carandiru que não é Guinness por equivoco
Não contaram os presos no caminhão de lixo
Todo muçulmano um dia vai a Meca
Todo boy no porta-malas um dia vai na favela
No Éden moderno, a Caixa Econômica Federal
Financia casa em bairro seguro pro cu policial
Senhor, guie a ficha no pronto-socorro
Mostre a luz pro pardo aparentando 20 anos, morto
Pros mortos sem protesto, flores em memória
Aqui é o seu minuto de silêncio, sua homenagem póstuma