Teu corpo claro e delgado
Que o tempo consome lento
Bailando a crina de fogo
Ao sopro manso do vento
Tuas lágrimas escorrem
Tristezas que não são tuas
Gotejando em sacrifício
Por noites guachas de Lua
Pele branca sem traçados
Luz fraca na escuridão
Faz silhuetas na parede
Queimando o couro da mão
Teu sentido é teu veneno
Um viver que não seduz
Ironia de tua vida
Morrer pela própria luz
Ocaso das mariposas
Que teu lume arrodeiam
Sucumbem no teu encanto
E de amor incendeiam
Se reflete na água benta
De uma pia batismal
E purifica o inocente
No sacrossanto ritual
Por fim alumbra o adeus
Plagiando gotas de pranto
E ilumina o caminho d’alma
De quem dorme em campo santo