Sigo pelo acostamento
Dirigindo sem cinto
Minha palavra é um carro quebrado
Quando minto
Estou muito preocupado com a atualidade
Ainda não consegui ler Nietzsche
Mas parece que ele escreve o que eu vivo
E eu escrevo o que você vive
E a vida está no repeat
Em constante mesmice
Em constante mesmice
Adolescentes em
Em constante mesmice
Em constante mesmice
Entediados e velhos
Antes da velhice
Antes da velhice
Acomodados e velhos
Antes da velhice
Antes da velhice
Bebo um copo de cerveja
E reclamo da falta de água
A maioria dos bêbados se transformam
Em ogros e papagaios
O ícone da música popular
O carcará pega, mata e come
Também está morrendo de fome
Com suas penas e cores após a morte
Sem dores consegue continuar vivendo
Como um simbólico filtro dos sonhos
Uma lembrança da nossa terra Natal
Isso é balela pantanal
Até o próprio Jesus
Virou uma marca de refrigerante
O Brasil é um inferno frio
Com uma propaganda programando
Para uma cadeira de balanço na varanda
Ou um final de semana na chácara
Trabalhar toda a vida em busca de sossego
Só acumulando apego
Sem trabalhar de nenhuma forma o chacra
Mas beleza
Tá tudo uma beleza
Mestres ascensionados
Todos bem alimentados
Percebo que todo mundo já está bem consciente
Precisando só ser sensibilizado
É difícil comer produtos da terra
Quando te tiram a terra e o valor é triplicado
Para com a vida saudável ter o acesso negado
A favela precisa de hortas comunitárias
E não de supermercados
A revolução pode ser através dela
Mas não será por um favelado sozinho
Se não nos juntarmos
E nos aperfeiçoarmos
No que sabemos fazer de melhor
Creio que sem ajuda de filhos
De deputados, políticos e militares
Quem tem a costa quente
No meio de tanta gente hipotérmica
Todos serão congelados
Como um dinheiro de projetos públicos
Projetos públicos
Projetos públicos
Um exemplo
Filhos de agropecuários e latifundiários
Tomando a frente da demarcação de terra
Agora você entende 1% da preocupação
Dos ativistas do Acre e do Mato Grosso
Uma hipótese
Morrer de morte matada
E ser esquecido dentro da mata
Como os índios indigentes
Não só por ter os dentes arrancados
E os documentos queimados junto ao corpo
Compartilho a realidade de um morto
Em constante mesmice
Em constante mesmice
Adolescentes em
Em constante mesmice
Em constante mesmice
Entediados e velhos
Antes da velhice
Antes da velhice
Entediados e velhos
Antes da velhice
Antes da velhice